top of page

ESTUDO DO EQUILÍBRIO DO CICLO DO CARBONO NA REGIÃO COSTEIRA E DE SEU POTENCIAL TRANSPORTE OCEÂNICO COM ÊNFASE AO LITORAL DE PERNAMBUCO (CARECOS).
 

PROJETO TEMÁTICO FAPESP N° 2011/50582-0

O aumento gradual das emissões de carbono para a atmosfera e ambientes aquáticos, vem provocando uma forte pressão no equilíbrio do sistema carbonato, que pode resultar em processo de acidificação marinha e um aumento do estresse na biodiversidade marinha. O rápido crescimento da população humana e sua localização na região litorânea do estado de Pernambuco, e suas demandas de consumo, principalmente na região metropolitana, vem aumentando as emissões de carbono, tanto na fração orgânica (COT) como na inorgânica (CO2). Alguns ecossistemas marinhos podem reduzir este impacto, devido a serem locais altamente tróficos (recifes de corais e prados de fanerógamas) e outros por consumo de carbono inorgânico para construção de suas estruturas de sustentação (bancos de algas calcárias).
 

A falta de informações sobre a dinâmica das frações orgânicas e inorgânicas do carbono nestes ecossistemas torna necessária a realização de estudos sobre a capacidade de transformação (biogeoquímica) destes compostos pela atividade fotossintética e pelo sistema carbonato em cada local. Estes ecossistemas, extremamente vulneráveis, ocupam grande parte do litoral pernambucano, e guardam grande parte da vida marinha, razão pela qual, as informações obtidas trariam uma base de dados que viram auxiliar em programas de gerenciamento costeiro e também na consolidação de uma tecnologia de pesquisa que possa ser comparada de forma global. Os aportes da matéria orgânica continental são elemento-chave para a compreensão do ciclo global do carbono e da influencia antrópica neste ciclo.
 

O presente projeto de pesquisa terá uma importante contribuição no sentido de compreender o papel da dinâmica oceânica na região costeira do litoral de Pernambuco (Região metropolitana de Recife – foz do rio Capibaribe e bancos de algas calcárias no litoral norte) e região oceânica adjacente (Arquipélago de Fernando de Noronha) em diferentes escalas de tempo, no sentido de melhor compreender os processos que afetam a variabilidade da fugacidade de CO2 nestes dois ambientes distintos.
 

A dinâmica nas regiões costeiras nas proximidades das desembocaduras é fortemente influenciada pelo aporte fluvial, uma vez que a diluição da água marinha produz acentuados gradientes horizontais e verticais da densidade. A interação da dispersão da pluma com correntes costeiras irão ser importantes na dispersão dos materiais trazidos das bacias de drenagens, tais como sedimentos, nutrientes e poluentes. A região da foz do rio Capibaribe vem recebendo maior atenção devido à falta de informações neste ambiente.

Além de compreender sazonalmente e espacialmente a influência dessas águas estuarinas na região costeira, este projeto também permitirá monitorar as águas em regiões oceânicas offshore, como é o caso do Arquipélago de Fernando de Noronha. Estes ambientes, localizados em regiões oceânicas offshore, não sofrem ação humana direta, mas indiretamente através das pressões associadas às mudanças climáticas globais. Estudos demonstram que estas mudanças climáticas vêm ocasionando nos oceanos, o aumento dos valores de temperatura, elevação do nível de CO2, entre outras, interferindo em muitos casos nos recifes de corais, ocasionando o seu branqueamento, bem como aumentando a quantidade de doenças, pragas e invasores.

 

De um modo geral, este projeto visa compreender o papel da dinâmica oceânica do carbono na região costeira do litoral de Pernambuco (Região metropolitana de Recife – foz do rio Capibaribe e bancos de algas calcárias no litoral norte) e um ponto controle na região oceânica adjacente (Arquipélago de Fernando de Noronha), determinando os teores de carbono transportados pela pluma do rio Capibaribe e afluentes, sua interação com os produtores primários e secundários e suas variações espaciais e sazonais no sentido de se verificar a presença de áreas que apresentem processos de acidificação marinha. 

bottom of page